Julho - Concorrência, preços e produtos

11 lições para empreender do brasileiro que vendeu sua empresa por R$ 1 bi

Você lembra o que estava fazendo aos 23 anos? O Flávio Augusto lembra e bem. Ele estava abrindo o seu primeiro negócio, a escola de inglês Wise Up que, dois anos depois, já faturava mais de 500 mil reais por mês.

Aos 30, Flávio Augusto já estava na frente de uma das redes de franquias mais bem sucedidas do país, com mais de 500 unidades espalhadas pelo Brasil, Estados Unidos, Argentina, México, China e Colômbia.

Em 2013, Flávio vendeu a Wise Up por quase 1 bilhão de reais e ainda se tornou um dos maiores acionistas da Abril Educação.

Um dos empresários mais admirados no país tem várias dicas valiosas para quem está começando a empreender e nós separamos 11 delas.

1.    "Mais vale surfar uma onda do que criar o mar."

Flávio usou essa expressão para explicar porque desistiu de abrir uma escola de espanhol para americanos. Aprender a língua simplesmente não era uma prioridade para quem vive nos Estados Unidos e já tem outros hábitos. Métodos que aqui funcionam bem, como os cursos noturnos de línguas para adultos ou as aulas de idiomas para crianças em idade escolar, por lá não fazem muito sentido. Ou seja, para fazer esse modelo dar certo, Flávio teria que mudar os valores e os costumes do povo americanos. Criar um verdadeiro mar. O que ele fez? Surfou na oportunidade do futebol e comprou o Orlando City Soccer Club.

2.    "Uma ideia sem a execução é como um baú cheio de diamantes no fundo do oceano."

Seu projeto pode ser lindo, promissor e inovador. Só tem um pequeno detalhe: ele só existe na sua cabeça. E, por lá, eles não resolvem nada no mundo real e nem te dão dinheiro. Em outras palavras, planeje-se e faça acontecer!

3.    “Fico feliz quando tenho uma ideia e alguém me mostra que ela é um lixo, eu penso ‘já pensou se eu tivesse investido naquele lixo?’”

Se você é daqueles que perde a cabeça quando criticam suas ideias, é hora de parar com isso. Muitas vezes, quando estamos muito empolgados com um projeto, deixamos de ver pontos negativos que podem ser determinantes para o nosso sucesso ou fracasso. E como fracasso implica dinheiro investido, é bom ter um time confiável de conselheiros e ter cabeça para ouvir - mesmo quando o que disserem não for muito agradável.

4.    “Na crise você tem duas opções: ou você vai se sentir vítima porque as vendas vão cair ou vai mudar de plano para vender mais.”

Se você nunca passou por uma crise econômica como empreendedor, prepare-se. Empresas que desejam viver muito certamente vão passar por crises que, de tempos em tempos, afetam o país. Não importa quão bem estruturado seja seu plano de atuação, não tenha medo de mexer nele. E mude radicalmente se for preciso. O importante é não deixar o seu negócio morrer. Flávio avisa: “Quem não se adapta entre em extinção!”

5.    “Às vezes é necessário dar uma passo para trás para dar dois para frente. Diminuir o tamanho da sua empresa durante uma crise não é derrota, é ajuste.”

O ideal é que o mercado esteja sempre promissor para o crescimento, mas e quando ele não estiver? Existem situações em que o empreendedor vai ter que realmente se segurar para não fechar as portas e nesse momento é importante estudar qualquer estratégia que vá manter sua loja funcionando, mesmo que seja necessário reduzir a folha de pagamento e a infraestrutura para passar por uma crise.

6.    “Muitos empreendedores assaltam a própria empresa, matam a sua galinha dos ovos de ouro.”

Já ouviu falar em ‘dono pobre, empresa rica’? No varejo essa é uma fórmula que deve ser seguida durante a consolidação de uma loja. “Com o tempo essa equação vira ‘empresa rica, dono rico’”, afirma Flávio. Porém não são poucos os líderes que acabam se deslumbrando com o faturamento e, ao invés de reinvestirem no negócio e fazê-lo crescer, mantém a loja funcionando de qualquer jeito e usam o dinheiro que entra para gastar sem limites. Isso pode dar um carro importado para o dono, mas se a empresa ficar pobre, o dono vai ficar pobre também já já.

7.    “Sem plantio não tem colheita.”

Flávio diz essa frase lembrando de todos os finais de semana que trabalhou pelo crescimento da Wise Up. Esse trabalho deu ótimos frutos, já que hoje ele pode tirar férias com tranquilidade. “Ás vezes você perde um fim de semana na praia no início da carreira, mas com o tempo vai poder ir a praias no mundo todo!”, ele diz. Parece um bom negócio, não?

8.    “Se estou atuando em uma área onde várias pessoas estão dando certo e só eu não estou tendo resultado, o problema sou eu. Nesse caso vou perseverar, vou me qualificar, vou tentar outras estratégias. Quando o terreno não é fértil e nenhuma empresa progride na área, não adianta. É querer plantar no concreto. Nesse caso eu estou sendo apenas teimoso.”

Essa é a explicação do empresário para diferenciar o teimoso do perseverante. Saiba analisar o mercado e os seus concorrentes e não tenha medo de desistir se perceber que está “plantando no concreto”. Abortar uma ideia pode ser o ponto de partida para descobrir outra melhor ainda.

9.    “Sócio que não trabalha é pior que juros de banco.”

Ou ‘sócio que não trabalha dá trabalho’. Ou em um ditado mais antigo ainda: "melhor só do que mal acompanhado". A ideia é bem válida para o mundo dos negócios, segundo o Flávio. O mau sócio faz você gastar tempo, dinheiro e até atrasa o crescimento da empresa. Por isso escolha bem com quem você vai se aliar e fique atento para perceber o momento certo para pular fora de uma sociedade que não está dando mais certo.

10.    “O investidor não investe em ideias, investe em pessoas que possam executar essas ideias.”

Talvez você tenha o melhor projeto do mundo, mas se não souber apresentá-lo de forma convincente e segura suas chances de conquistar o investimento caem bastante. Uma boa dica do Flávio é conhecer um pouco sobre a pessoa para quem você vai apresentar sua ideia. Descobrindo os hobbies, interesses e modo de vida do investidor, você tem mais chances de encontrar um caminho que leve ao sucesso.

11.    “Infelizmente as pessoas ainda acham que vender a empresa é sinal de fracasso. Se você vai vender, deve fazê-lo quando ela está em alta!”

Flávio lembra que quando vendeu a Wise Up muitas pessoas perguntaram se estava acontecendo algo ruim na vida dele ou se ele estava desistindo de empreender por algum motivo. Esse tipo de pensamento ainda é bem comum no Brasil, mas o empreendedor precisa ver além. Afinal, qual a hora de vender? Quando a empresa está valendo muito, e você vai fazer um excelente negócio ou quando ela estiver desvalorizada?

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