Janaína Spolidorio: empreendedora fatura vendendo conhecimento pela internet

Quando se fala em e-commerce, muita gente pensa na compra e venda de produtos. Mas a professora Janaína Spolidorio extrapolou a ideia e aprendeu que dá para faturar vendendo conhecimento por meio do seu blog, que leva seu nome.

Janaína começou sua carreira como professora, mas sempre se interessou pelo empreendedorismo. Logo após começar a lecionar, em 1998, ela abriu uma escola de idiomas onde ensinava inglês e espanhol. A empreendedora manteve o projeto até 2001, quando foi convidada para coordenar a rede do Colégio Objetivo no Grande ABC.

“A partir daí, não conseguiria ser coordenadora e ter a empresa. Além de lecionar no Objetivo, nessa época eu já trabalhava um período na prefeitura de São Bernardo do Campo, onde lecionei por 14 anos. Por isso, acabei vendendo a escola para uma das professoras.”

Mas em 2009 ela reencontrou o caminho para empreender por meio de um blog. Nele, a empresária começou a publicar atividades didáticas que os outros professores poderiam baixar e usar nas salas de aula.

“O blog tinha um alcance muito grande, em períodos de pico alcançava 2.500 pessoas por hora”. Com um público tão grande, Janaína percebeu que aquele era um terreno fértil para os negócios.

“Em 2010, a pedido dos leitores, surgiu a ideia de ter uma loja de arquivos na internet. Eu percebi que aquele projeto era o que eu sempre quis fazer”, relembra. Ela começou vendendo a os arquivos em CDs que eram enviados para os clientes pelos Correios, mas logo percebeu que não era uma mídia confiável e facilmente ficava danificada. Foi ai que decidiu investir em plataforma virtual para downloads.

O modelo funcionou e começou a gerar receita. Agora, a professora está ampliando os serviços que oferece e atuando como assessora, palestrante e consultora em escolas. Com isso, ela acredita que poderá atingir mais pessoas e divulgar melhor o material. Para 2016, a expectativa é de um aumento de 40% nas vendas.

De acordo com Janaína, o sucesso do blog é a originalidade do conteúdo. As atividades são interativas, visuais e se relacionam com temas do dia a dia. “A ideia é fazer com que o aluno se sinta em uma espécie de jogo, onde precisa cumprir a missões”, conta.

A experiência em sala de aula ajudou no processo de criação dos materiais. “Percebia que as atividades sugeridas nos livros pedagógicos não davam conta do tipo de aluno que eu tinha em sala de aula, então comecei a produzir meus próprios materiais. Os resultados obtidos são surpreendentes. O aprendizado fica mais interativo e mais divertido”, conta.

O grande desafio de Janaína hoje é explicar exatamente o que ela vende. “Minha maior dificuldade é vender algo abstrato. Não basta apenas convencer a pessoa de comprar o produto, ela precisa comprar a ideia”. E mesmo sem concorrência direta há outro problema: a pirataria. “Tem gente que compra o material e distribui gratuitamente”, conta.

Confira as dicas que Adriano Campos, consultor de marketing do Sebrae-SP e especialista do Impulso Digital, deu a Janaína para lidar com essa situação: