Seja você um daqueles que já nasceram “líderes natos” ou alguém que é chefe pela primeira vez, é sempre bom ficar atento a alguns pontos e características necessárias para liderar melhor.
E liderar melhor não significa ser autoritário nem ditador na empresa, viu? Está muito mais relacionado a transmitir segurança, ter transparência e saber orientar bem quem trabalha com você.
Qualquer um da equipe, independentemente da função, parava suas tarefas para atender clientes, falar ao telefone e outras tarefas aleatórias. Isso acabava gerando confusão na cabeça dos funcionários, que ficavam desorientados e sempre correndo atrás de coisas que não eram fundamentais. E essa situação só acontece, como aconteceu com o Neto, porque a administração não foi eficaz o suficiente para delegar as tarefas e gerenciar as pessoas.
Vamos ver, a seguir, algumas dicas para você conseguir se comunicar melhor com sua equipe e ganhar aquela caneca de “Melhor Chefe do Mundo” no fim do ano.
O que você vai delegar?
Esta é uma dica primordial que parece meio óbvia, mas comerciantes, muitas vezes, ou
não sabem bem o que delegar ou não conseguem se expressar de maneira eficiente. Mandar o funcionário vender mais ou ser mais ágil, por exemplo, não é delegar. Nem sempre ele está vendendo pouco porque quer. É preciso verificar o que está acontecendo e, então, indicar o comportamento ou a ação mais acertada para realizar o objetivo: aumentar o número de vendas ou produzir mais no tempo previsto.
O Neto tem um funcionário extremamente ágil e habilidoso em preparar embalagens delicadas e feitas sob medida, como é o caso das churrasqueiras que são vendidas na loja. Mas ele interrompia o processo de embalagem a todo o momento para atender o telefone ou receber um cliente. Isso atrasava, e muito, o preparo do produto que já tinha sido vendido (uma venda já efetuada) para tentar conquistar um consumidor novo. Na prática, trocava o certo pelo duvidoso.
Isso sem contar que a equipe tem outros vendedores que poderiam atendê-lo e estavam ali para isso. O Neto não via nada de negativo, mas, depois de uma boa conversa com a
Ana Vecchi, consultora da Vecchi Ancona, percebeu que era urgente a definição do cargo e das funções de cada colaborador para tudo funcionar melhor.
Ao solicitar a execução de um trabalho, seja claro e objetivo. Se necessário, informe os pormenores por escrito e confirme com a pessoa responsável se ela compreendeu.
Para quem?
Delegar tarefas não é um processo mecânico. Haverá sempre uma pessoa melhor e outra pior para a mesma ação, mesmo que os dois funcionários ocupem o mesmo cargo. As pessoas são diferentes e têm habilidades diferentes, então é preciso conhecer, além do currículo, as características dos seus empregados.
Mais um exemplo do Neto: Ele contratou um profissional para fazer atendimento domiciliar de churrasqueiras de alvenaria e já trazer as medidas do local onde o produto seria instalado. Até aqui tudo certo. Acontece que, apesar de ser um ótimo vendedor, ele não era nada exato nas medições.
Em compensação, outro funcionário fazia uma medição excelente e sabia tudo do produto, mas não vendia tão bem. Ana sugere respeitar a personalidade e as habilidades de cada um: “Não adianta querer fazer uma pessoa tímida ser um vendedor extrovertido”, explicou. “Se ele for tímido, a gente tem de respeitar seu perfil e deixar que ele use a técnica e o conhecimento de outra maneira”, finaliza. Ela propôs a Neto que investisse na qualidade da medição e deixasse quem mede melhor fazer o trabalho, se não fosse possível enviar os dois até o local. Afinal, um trabalho bem-feito passa a credibilidade que uma boa venda deve ter.
É importante, também, procurar não distribuir tarefas desagradáveis sempre para as mesmas pessoas e tentar descobrir com elas se existe outro trabalho que gostariam e saberiam fazer. Essa valorização da opinião é muito importante e você pode descobrir um profissional bem qualificado em outra área que não aquela em que ele está no momento.
Monitore e ofereça assistência
Assegure-se de que a pessoa responsável pela execução da tarefa tenha condições (recursos e habilidade) para desempenhar bem o trabalho, ofereça um prazo saudável para o cumprimento e tente sempre estar a par dos resultados.
Depois de cumprida a tarefa, converse com o funcionário e descubra se ele teve alguma dificuldade, se faltou prazo ou recursos.
Quando a tarefa não tiver sido feita do jeito que você esperava, não a faça você mesmo nem simplesmente mande outra pessoa fazer. Se você escolheu determinado funcionário para fazer algo é porque acreditava, no momento da escolha, que ele era capaz. Então, o que aconteceu?
E para conseguir responder a esse tipo de pergunta será necessário conversar com calma com os envolvidos – o diálogo é uma característica dos bons líderes. Mas isso não significa só ouvir, você precisa analisar os resultados, mesmo que sejam negativos, para que com eles todos aprendam e não errem mais.
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