Como o e-mail marketing tem gerado 80% do tráfego de um brechó infantil

Quem tem filhos pequenos sabe como funciona o ciclo das roupinhas: elas são bem caras, e, como as crianças crescem muito rápido, acabam durando pouco. Aí, os pais ficam com um dilema nas mãos: ou doam as roupinhas ou as deixam no fundo do guarda-roupa. Mas estamos em 2015, e isso não precisa mais ser assim.

Tem uma novidade mudando completamente esse mundo e criando um negócio promissor: os brechós para bebês e crianças. Tem muitos papais e mamães que estão economizando ao comprar roupas nessas lojas (enquanto outros estão ganhando algum dinheiro).

Um dos principais nomes no setor, o Retroca tem dois anos de mercado. A empresa trabalha com acessórios e vestuários dos primeiros dias de vida até os 12 anos.

O Retroca nasceu em junho de 2013, quando os amigos Pedro Romi, administrador de empresas, e Caio Sagae, engenheiro de produção, perceberam que muitas pessoas estavam se dando bem empreendendo no país.

A ideia de criar uma loja de roupas de segunda mão veio da percepção de um mercado em expansão: de um lado, os pais com maior poder aquisitivo estavam desenvolvendo uma consciência mais sustentável, e, de outro, a nova classe média estava plenamente consciente de marcas renomadas e de qualidade e queria ter acesso a elas.

Com o tempo, o Retroca cresceu e novos sócios entraram para a empresa. Hoje, além de Pedro e Caio, o engenheiro mecatrônico André Teves e a engenheira de produção Andréia Chia também tocam o negócio.

Eles contam que a decisão de abandonar a estabilidade do emprego e ingressar no empreendedorismo não foi fácil, mas, para eles, era o momento certo de abrir um negócio próprio. Os números mostram que a decisão deu certo – o Retroca fatura, por mês, cerca de 80 mil reais.

Os difíceis primeiros passos

No início, porém, nem tudo correu como o esperado. Logo de cara, a marca alcançou um volume de pedidos muito alto, que nem em seus maiores sonhos os sócios tinham imaginado.

“No dia do lançamento do site, tivemos muitos acessos devido à base grande de fãs e e-mails que capturamos no pré-lançamento. No entanto, não tínhamos a estrutura preparada para fechamento de pedidos, emissão de notas etc.”, conta Caio. “Tivemos de madrugar para poder enviar todos os pedidos. Também não estávamos 100% certos de quem era nosso público-alvo. Foi uma luta”, conta e completa: “Bem depois do lançamento, com o tempo, foi que conseguimos conhecer melhor nosso cliente e mudar a comunicação do site”, relembra.

De acordo com Caio Sagae e Pedro Romi, o que diferencia a marca é o cuidado com as peças comercializadas. “Nós compramos e inspecionamos as peças cuidadosamente antes de cadastrá-las para a venda”, conta Caio.

Pedro explica que só trabalham com artigos com etiqueta ou seminovos que estejam em ótimo estado. O Retroca tem no mix de produtos algumas das marcas mais conhecidas no Brasil e no mundo, como Ralph Lauren, Gymboree e Zara Kids, e ainda consegue descontos de até 85% em relação a peças novas.

O caminho é o e-mail

Para garantir o sucesso, o Retroca apostou pesado em e-mail marketing. De acordo com Pedro, 80% dos visitantes da plataforma são captados por meio das mensagens por e-mail. Uma das formas de captação de contatos é a newsletter da marca. Na assinatura, o cliente recebe um cupom de 10% de desconto para a primeira compra. A página ainda ajuda a segmentar os clientes, que são convidados a assinar as opções que determinam seu interesse no Retroca: comprar ou vender.

“Hoje, o e-mail é nossa principal fonte de tráfego e de transações no site. E, melhor ainda, é uma das ferramentas mais baratas para o marketing digital”, conta. A estratégia do Retroca, segundo ele, envolve anunciar e trazer novos clientes para landing pages de cadastro, que são simples de preencher e pedem poucos dados, como nome completo e endereço de e-mail.

Com o e-mail desses novos clientes, eles passam a enviar newsletters e a criar um relacionamento. É aí que o Retroca usa o e-mail marketing para explicar o conceito da marca e como o processo de compra e venda funciona.

Os sócios explicam que não veem simplesmente o e-mail marketing como uma ferramenta só de vendas imediatas, mas como o fator principal para a construção de relacionamento – que vai ser contínuo, bem mais que uma simples compra.

“Vale a pena empreender e acreditar no e-mail marketing” − afirma Caio −, “mas é preciso ter muita resiliência. Se você acredita no seu negócio, deve sempre persistir, apesar das dificuldades e dos ‘nãos’ que ouvir”. Outra dica dele é: ser capaz de entender o público ao seu redor, ser flexível e se adaptar sempre que necessário, seja a uma nova ferramenta, a um produto novo ou a novas exigências do mercado e de seus clientes.

Quem se interessou em vender no Retroca pode entrar em contato com a marca e pedir uma avaliação das peças que tem para doar. Assim, antes mesmo de enviar as roupas, já é possível ter uma ideia de quanto você pode ganhar com a venda.

Depois, é só solicitar uma sacola no site do Retroca para mandar as peças. Essas sacolas são enviadas gratuitamente e é só enchê-las com os produtos. Uma vez que estiver com a sacola cheia de roupas, é só devolver para o Retroca, que faz o pagamento pelas peças. O frete para o envio também fica por conta da empresa. As roupas que não atenderem às exigências de qualidade serão enviadas para instituições de caridade.