Dezembro - Natal e datas comemorativas
Confira as previsões do Pedro Dias, da Apis3, para o e-commerce em 2016
O ano de 2015 trouxe muitos desafios para os empreendedores brasileiros. Com inflação em alta, taxa de desemprego crescente e um cenário de incertezas políticas, o consumo se retraiu e muitos negócios sentiram o baque.
E a competição aumentou. Muita gente que perdeu o emprego, ou simplesmente não encontrou espaço no mercado de trabalho, recorreu ao empreendedorismo. Mais de 1,6 milhão de empresas foram abertas entre janeiro e outubro do ano passado, número recorde no período.
Diante deste cenário, tanto quem já atua neste mercado quanto quem está pensando em ingressar nele está cheio de dúvidas. Como enfrentar a crise? O que esperar do comportamento do consumidor? Vale a pena abrir um negócio online agora?
Para comentar o tema, convidamos o Pedro Dias, da Apis3, para bater um papo. Veja só o que o especialista tem a dizer:
A crise deve continuar nos afetando em 2016?
Sim. Na verdade, acredito que 2016 vai ser o ano em que muitas empresas vão decidir se continuam operando do mesmo modo ou se devem mudar de estratégia e modelo de negócio.
De modo geral, qual é a estratégia mais eficiente para operar durante a crise?
A estratégia mais eficiente, normalmente, é sempre aquela que gera menos custo (entenda-se custo como sendo tudo aquilo que dissipa esforço, e não necessariamente dinheiro apenas). Então é prudente olhar para tudo aquilo que esteja gerando um custo, mas que não é aproveitado ou usado 100%. Prever obstáculos, optar por estruturas enxutas com uma operação eficiente e ter um plano de contingência são situações que devemos ter em mente.
O que podemos esperar do comportamento do consumidor no próximo ano?
O consumidor (especialmente online) tem se tornado mais exigente e seletivo. Conseguir maior clareza na comunicação em conjunto com um serviço eficiente e de qualidade, com certeza, vai definir o sucesso de uma marca ou produto.
É um bom ano para empreender?
Na verdade, qualquer ano é um bom ano para empreender, mas o sucesso depende do modelo de negócio. Há que saber “sentir o vento” e decidir se este vai estar contra ou a favor. A crise, por exemplo, pode ser benéfica para quem quer entrar no mercado de investimento, que pode ir desde comprar ações de uma empresa até um imóvel para arrendamento futuro. Algumas coisas que podemos considerar durante um momento de crise:
1. As pessoas procuram poupar dinheiro
2. Aumenta a demanda por algo inovador
3. Os líderes de mercado estão mais vulneráveis
4. Bons profissionais procurando emprego
5. Tudo tende a ficar mais barato
6. Os concorrentes menos preparados desaparecem
7. Investidores procuram empresas para investir (entrar no mercado)
Estas são apenas algumas das características. Se é um bom ou mau momento, é algo que apenas o empreendedor pode decidir de acordo com sinais do mercado.
Existem mercados melhores que outros para apostar em tempos de crise financeira?
Certamente que sim. Há muitas verticais de operação e empresas que têm seus melhores momentos em tempos de crise. Crises são cíclicas e acontecem quase que previsivelmente, de tempos em tempos. Quem estiver preparado para “surfar a onda” e aproveitar a queda de preços que normalmente está atrelada, certamente se dará bem. Não tem como apontar uma vertical específica. A inovação em tempos de crise é algo que se torna uma necessidade. Normalmente, são mercados com uma forte vertente online e que escapam dos custos e das burocracias de uma loja física. Todo modelo de negócio que consiga ser rentável e eficiente com uma estrutura enxuta. A melhor maneira é prever onde pisar. Se conseguirmos pensar em tudo que uma crise acarreta, vamos estar muito bem preparados para evitar ser pego de surpresa.